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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Tchau

Bárbara Ceni

Hoje recebi uma sugestão de pauta que eu já tinha pensado há algum tempo: a decadência do orkut. É triste pensar que outras mídias sociais abriram espaço e até mesmo conquistaram o espaço que antes era destinado a essa rede. Antes, a pergunta era “você tem orkut?” agora essa pergunta caiu, praticamente, em desuso.

As pessoas pareciam mais contentes com o limite de fotos e antigo layout rosa e roxo. Mandando scraps (e não recados) indo até o perfil da pessoa. E sem sequer preocupar com o visualizador de perfil. Mas, também, não havia muita variedade em redes sociais. Não, ao menos, divulgadas no Brasil.

Em meados de 2005 era um crime não ter orkut e ter facebook, por mais que a segunda rede tivesse uma abrangência, em nível mundial, bem maior do que a do “brasileiro” orkut. Na verdade, foi assim durante muito tempo. Mas, por algum motivo os usuários começaram a migrar para outras redes.

Talvez facilidade, comodidade e até mesmo pelo motivo inovador. É besteira ignorar o fato que hoje ter uma conta no twitter é tão comum quanto ter uma conta no orkut anos atrás. Afinal, o micro-blog oferece um leque de oportunidades que o antigo queridinho dos brasileiros não oferece, até tentou, mas não oferece.

As constantes mudanças da rede social deixaram muitos usuários descontentes, perdeu-se a essência antiga e adquiriu uma que não é facebook, não é twitter e não é orkut. Acredito que muitas pessoas ainda não tenham abandonado a rede pela facilidade de compartilhar foto, por que por mais que outros serviços não sejam tão bons quanto antes, o orkut ainda é a melhor forma de compartilhar fotos.

domingo, 31 de outubro de 2010

Olha que a chuva nem atrapalhou


Seria simples. Três anos, convivência diária... Não estava a fim de tomar um suco de laranja, a biblioteca parecia uma boa. Sob o assédio das insistentes gotas que teimavam em nos encharcar, displicentemente o Rogério Barbosa assobiava “Sing in the Rain” a caminho da biblioteca. Toda a poesia que a chuva poderia ter se esvaía ao sentir os pés molhados dentro dos sapatos. Enfim, chegamos. Rodeados por livros empoeirados e solitários, avançamos à uma pequena e abandonada mesa nos fundos. O único ser ali presente no corredor logo sumiu como que por encanto, aumentando ainda mais a sensação desértica do local. Acompanhados por uma pilha de livros de direito dispostos sobre a mesa (e bota livro nisso), o formando em jornalismo logo revelou sua empatia com a disciplina: “argh! Detesto direito, detesto jurista”, disse tirando a pilha de livros, deixando apenas um, demonstrando uma nova função para livros de direito: base para notbook.
“Eu não odeio o direito, na verdade. Odeio jurista”. Disse com convicção e com característico déficit de atenção, apesar de sua irmã ser advogada. “Não gosto por causa da extrema racionalidade deles. A lei foi feita pra quem é rico, não para o pobre. E pra fuder a classe ‘mérdia’”. Rogério muda de assunto com hilária facilidade.
“É... Faltam cinco minutos para fechar, só pra avisar”, disse um funcionário da biblioteca que a minutos estava capturando livros perdidos nas mesas vazias e os colocando em uma espécie de carrinho. É, ele teve trabalho pra retirar a pilha de livros de direito que Rogério deixou na outra mesa. Bibliotecas têm dessas coisas. Coisa desértica, que expulsa, quente. Até o livro de calço do notbook do Rogério levaram. O que não o impediu de continuar. “Tinha que ser que nem em Portugal, que é faculdade das leis, não de direito, porque aqui de direito não tem nada”. Apesar do assunto querer fluir e do silêncio gritar cada vez mais aos nossos ouvidos, as luzes foram sutilmente apagadas. Se é que dá pra ser sutil pra expulsar pessoas. Tudo bem, os funcionários queriam ir embora.
“Captain, oh my captain” disse Rogério a famosa frase tão bem proferida por Robin Williams em “Sociedade dos Poetas Mortos”. É, biblioteca inspira. Mas, apesar de tudo, o silêncio fez-se bem mais presente do que diálogos. Talvez pelos três anos. Talvez pelo ambiente desértico. Só sei que não estava a fim de tomar um suco de laranja.


Inayá Borba

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Eu trocaria por Nutella

Bárbara Ceni

Amigos... ah, amigos. Por eles meus ouvidos estão doendo e zumbindo. Afinal, quando um amigo te convence a ir ao Cabaret você realmente deve o culpar pelos zumbidos e possíveis bolhas nos pés. Mas, apenas vou dizer que como futura advogada ... vai ser exímia em seu trabalho.

Para quem não é de Campo Grande, Cabaret é um lugar minúsculo, com água a preços exorbitantes e escuro pra caramba. Ou seja é uma boate ( ainda se usa esse termo?). Pra quem é bicho grilo e prefere tédio a cervejas é um lugar que só se torna legal quando o DJ aparece com músicas conhecidas... que até a hora que fiquei foram... Alejandro, Tik Tok e aquela que todo mundo chama de Panamericano mas na verdade o nome é We no speak Americano... sem contar a She Wolf da Shakira... mas sem o o que o lobo faz mesmo?? Meus ouvidos apitam...

Acho que o nome certo é uivo. Que seja, cortaram o uivo da Shakira e deixaram a coitada com voz de Justin Bieber. Agora eu estou divagando e cheguei a problemática: Justin Bieber toca nesse tipo de lugar? As pessoas dançam baby, baby, baby oh? Seria engraçado. Não mais que a dança do acasalamento que eu vi e que me traumatizou. Sinceramente, não usem camisa azul na minha frente. Eu vou lembrar do senhor sedução que beirava o ridículo com a dança "sedutora".

E, para fechar com chave de ouro: o preço combinado foi alterado no final, chamem o gerente e tudo mais... quase senti simpatia pelo cara, se não fosse por erro deles... isso sem contar que  a moça da recepção fez uma pequena troca nos camarotes... verde, branco... não amo muito tudo isso. A verdade que a noite só valeu pelas 4 músicas e pela companhia, senão eu trocaria por meia nutella.